Garota Interrompida

Não possuía a malicia, do que havia feito aquele dia, mas pensava a respeito, talvez a situação fizera a jovem reagir de determinada forma. Para ela, de alguma forma, havia se livrado da "mãe", por apenas concordar com a linha de raciocínio da mulher, a jovem então chegou a uma conclusão, mentir, era um mal necessário?
De brinde, conseguira descobrir que sua "mãe" lhe espionava, ou então mandava fazê-lo, de alguma forma. "Muito bem..." pensou a jovem, olhando para o véu, que sua "mãe" havia lhe entregue para orar, colocou o mesmo pendurado na cabeceira de sua cama. Pegou o pequeno livro, que havia escondido debaixo de sua cama, e o colocou em sua mochila. Amanhã já seria Segunda-Feira, em seguida, fora dormir.

Naquela manhã, na escola, o comportamento de suas colegas parecia mais...ríspido, por assim se definir, nem o, "Bom dia gente", estas haviam lhe respondido. Umas lhe fitavam com ar de desprezo, outras com ar mais prepotente, frio, ou até mesmo de deboche.
Dado a hora de seu intervalo, a jovem pegou o tal livro Wicca, todavia, visto que a "mãe" lhe observava, também pegou a Bíblia, utilizando esta, que era maior que o livro, como "capa", para assim ter uma leitura sossegada. Feito isso, a pressão familiar havia amenizado com um tempo, logo, o fato de que, suas "colegas" não mais dialogavam com ela, também tornou-se insignificante.

O ano passava rápido, a jovem havia tirado excelentes notas, contava com a certeza, de que passaria direto de ano, e assim fora determinado, ela havia conseguido! Até sua "mãe" queixar-se na diretoria:
- Ela tem problemas mentais, possuí mentalidade atrasada, acho que, mais um ano aonde ela esta, vai lhe fazer bem, sou mãe, sei o que falo, vocês se incomodariam?
Foram essas suas palavras, para com a diretora da escola. Para a desgraça da garota, a diretora havia concordado, a jovem faria o mesmo ano, novamente!

Como olharia para a cara de suas "colegas"? Sim, ela preocupava-se com isso. Naquelas férias, entrou em pequeno desespero, tentou conversar com sua "mãe" sobre, já que a mulher, agora, apresentava-se mais calma diante da garota, entretanto de nada adiantou.
Sem escolha nenhuma, começou o ano entre os baixinhos novamente, e agora, para piorar a situação, havia se tornado motivo de piada entre suas,"colegas", que haviam passado de ano na escola. Não deixou-se abalar, pois também não havia escolha, a jovem juntava o dinheiro que seu pai lhe dava, que seria para o seu lanche na escola, para comprar as novas edições do tal livrinho Wicca. Até lançarem uma revista adolescente, chamada W.i.t.c.h.

O livrete Wicca, possuía um conteúdo mais complexo, sobre paganismo, rituais de purificação. Aquilo despertava interesse na jovem, já a revista, apresentava o mesmo conteúdo, de forma mais descontraída e divertida. A garota escondia os brindes da revista, que passou a comprar, dentro de sua gata de pelúcia, e as edições da revista no compartimento de sua mochila. Questionava-se sempre, do porque a "mãe", quase havia optado por aquele caminho.
Depois daquela noite de Domingo, ano passado, a jovem nunca mais vira nada de diferente na sala de sua casa, sua "mãe" também não havia se dado da falta, do pequeno livro que esta havia "furtado."

Seu segundo dia na escola, havia sido um inferno total. Acredito que, uma das meninas havia marcado o dia em que a garota havia...se tornado mocinha, para então fazer-lhe uma brincadeira de mal gosto na escola, que envolvia sangue. Ficou claro que, uma das "colegas", já fazia uso de absorventes internos. Não se sabe como, a "colega", antes de dar o sinal para o intervalo, havia entrado na sala da garota, (Creio que, na aula de Ed.Física desta, aonde todos deveriam ir para o pátio), e colocado inúmeros absorventes internos, usados, em sua mochila, cheios de sangue, uns já secos, outros úmidos e vários respingando, como se tivessem sidos acabados de usar, todos fediam insuportavelmente.

Após sua aula de educação física, dado o sinal para o intervalo, os alunos retornavam para a sala, uns para pegar o lanche já pronto, outros para pegar o dinheiro para a merenda. A garota havia feito um lanche escondido, para não lhe faltar o dinheiro para a revista. Abrindo então sua mochila, e colocando a mão dentro da mesma, buscando seu lanche, deparou-se com um fétido odor, e a mão e materiais, sujos de sangue.
- Que nojenta! Olha!
Gritou a menina da mesa ao lado.
Em seguida, todos se amontoaram em cima da garota, uns riram, outros tiveram ânsia de vômito, (uns dos colegas, de fato, vomitou um pouco sobre a cabeça da jovem.)

A confusão, como não poderia ser diferente, levou a diretora até a sala da garota.
Entre, risos incessantes e ânsias de vômitos contínuos, a diretora fez a jovem fechar sua mochila, do jeito que estava mesmo, suja de sangue, e segui-la até a diretoria, mesmo um pouco suja de vômito.
Ligou para a mãe do colega, que havia vomitado nesta, para ir buscá-lo, em seguida para a "mãe" da garota, alegando que, esta havia feito uma, "brincadeira de mal gosto, nojenta e apavorante", sem dar detalhes.
Com os olhos lacrimejando, a garota tentou explicar que não sabia de nada, que não havia feito aquilo, que não possuía motivo algum para fazê-lo.

- Vocês nunca precisam de um motivo, para fazer alguma coisa!
Disse a diretora, encostada na quina da porta da diretoria, devido o cheiro insuportável de sangue e vômito, que havia enfestado sua sala.
A "mãe" da jovem, não havia demorado muito para chegar, fora de carro, junto de seu pai, apesar de ser Segunda-Feira, este não parecia ter marcado nada em seu consultório.
A "mãe" da jovem, queixou-se diretamente para seu marido.
Aqueles absorventes internos, indiretamente, deram a entender que, a garota já não era mais virgem, (ou pura, como sua "mãe" diria), mesmo isso não tendo passado pela cabeça da jovem, fora de determinada forma que sua "mãe"enxergou a coisa toda.

Ao chegar em casa, tanto sua "mãe", quanto seu pai, lhe reprenderam.
- Eu não acredito em você....quem é o cara!?
- Cara!? Mas que cara!?
Perguntou a jovem, estupefata com tal pergunta, sem compreender muito bem tal questionamento.
- O marmanjo com quem se deitou! Que porra é essa na sua mochila!? Olha!
Mostrou ao marido, os no máximo, 78 absorventes internos, o mesmo prosseguiu a não se pronunciar, apenas fitou a garota, com ar de reprovação.
- Pai! Não são meus! Mãe! Não fiz nada com ninguém! Não faz sentido vocês me acusarem de algo ridículo assim! Eu nem sabia que tinha...pra...por assim!

A ficha da garota caiu! Ela não fazia idéia, na época, que existia absorventes internos, só se deu conta, depois, que sua "mãe" a acusara de ter se deitado com alguém, assimilando todos os elementos ali. Apesar do lento raciocínio, em questão de coisas da vida, a jovem passou a compreender melhor a visão de sua "mãe."
Quanto mais a jovem tentava se explicar, mais as coisas pioravam. Dito e feito, depois de ter sido trancada novamente em seu quarto, uma hora depois, sua "mãe" trouxe sua mochila, ainda suja de sangue, a menina arregalou os olhos. Havia se lembrado, que na mochila, era aonde escondia suas revistas e livretes, e pelo jeito que esta lhe fitava, provavelmente, havia descoberto.

Eu posso dizer que, depois disso, depois daquele fim de tarde, por assim se dizer, dolorido, cheio de chutes e puxões de cabelo, alguma coisa, começava a mudar na personalidade da jovem. E se eu mencionar á vocês que, ao final da, "sessão tortura", a "mãe" da garota chegou a rasgar as vestes da mesma, (tanto do corpo, quanto intimas), para então pedir á esta que abrisse suas pernas, para comprovar, de fato, se esta ainda era virgem? Sim, difícil de acreditar, eu sei, eu mesma chego a duvidar ás vezes. Comprovado que, esta ainda possuía sua castidade, ainda sim, seu castigo houve progresso, pois, mesmo depois de tirar sua duvida, a  mulher não aceitava o fato de que, sua filha possuía algum conhecimento, sobre o que até então, ela mesma fazia. Algo popularmente conhecido como, Bruxaria.